Da série “como chegamos a este ponto?”:
No início de junho de 2018, a quatro meses do primeiro turno da eleição presidencial que viria a vencer, Jair Bolsonaro disse o seguinte durante sabatina à sua desprezível figura feita pelo jornal Correio Brasiliense:
“Na escola, você é chamado de quatro olhos, gordinho mesmo. Mas, antes, o gordinho se defendia. E agora todo gordinho está virando mariquinha. Se bem que tem muito gordinho machão aqui”.
Pois os sabatinadores do Correio Braziliense não apenas não contestaram a afirmação como a matéria sobre a sabatina publicada pelo jornal diz, imediatamente a seguir às aspas de Bolsonaro sobre “machão” vs. “mariquinha”, que “um dos assuntos mais controversos da entrevista foi a questão da…
… economia”.
No melhor estilo de Rodrigo Maia reagindo, nesta semana, à declaração de Bolsonaro sobre o “país de maricas” ante a pandemia, reafirmando, o presidente da Câmara, seu compromisso com a… “responsabilidade fiscal”.
Em março desde ano, início da pandemia, Bolsonaro dizia que “o vírus tá aí, vamos ter de enfrentá-lo, mas enfrentar como homem, pô”.
Sobre que “todo gordinho está virando mariquinha”, o Correio Braziliense limitou-se a dizer, na época, que “o pré-candidato do PSL criticou o politicamente correto”, e ponto final.
E foi assim, mais ou menos assim, que chegamos a este ponto.
“Machão” vs. “Mariquinha”: a “polarização” na qual certa imprensa não reparou…